Os brechós viviam amontoados de consumidores afoitos em busca de algo vintage que expressasse não só o momento em que viviam mas também a tendência deste mesmo momento.
Era "cool" usar a roupa que alguém há aproximadamente 40 anos atrás, usou. Aparência velha, tecido um pouco desgastado, aquela roupa que foi usada pela avó ou avô, era essa mesma que todos queriam, todos buscavam.
Mas o estilo não se resumia apenas as roupas, ela se extendia ao mobiliário e também utensílios domésticos. Aparelhos telefônicos, sofás, estantes, cama. Era vintage, todos queriam.
Moda, moda, consumo, consumo. Foi quando houve a confusão entre o vintage e o retrô.
A indústria têxtil e outras começaram a criar réplicas destas peças, recriar, se inspirar. Foi justamente quando ocorreu a estafa!
Já não era "in" ser vintage.

Visitei 3 brechós que mostram perfeitamente essa transição do vintage ao retrô e ao "atual". Minha Avó Tinha, A La Garçonne, Casa Juisi
No minha Minha Avó Tinha, se encontra o vintage, do vintage, do vintage. Sim, lá é o extremo!
Brechó famoso por possuir peças raras, vende, aluga e também trabalha com produção de TV. São roupas, calçados, acessórios, perfumes.
Para se ir com calma e garimpar, quando se vai ao lugar tem que ir consciente e ter um olhar apurado. O que eu vou usar? O que combina comigo? Vou usar assim ou reformar? Mas se reformar, a peça vai perder sua essência? São estas as perguntas necessárias antes de sair comprando descontroladamente.
O À La Garçonne caminha ao lado do anterior porém suas peças embora sejam Vintage já têm uma pegada mais atual e também peças incríveis para aquela festa bapho do tipo "I wanna be a socialite".
Possui uma parte de perfumaria onde vendem produtos da Granado e também camisetas para os fãs inveterados de rock ´n roll.
A Casa Juisi já chama atenção por sua localização. Próximo ao Pátio do Colégio, centro velho de São Paulo é uma mistura de galeria de arte, brechó e tudo mais o que você tiver vontade que seja (Sim! Dá para viajar quando se entra no lugar).
É uma mistura das outras duas porém seu diferencial está na comercialização de coleções anteriores da Neon. O que deixa mais claro ainda o fato de que não existem águas divisoras. Todos estes estilos caminham juntos.
E vocês, o que pensam? Já chegamos a exaustão do vintage ou ainda há muita coisa a ser explorada?
Note: Também tirei muitas fotos nestes lugares e assim que terminar de editá-las subirei ao Pinterest e venho avisar aqui.
3 comentários:
Achei bem interessante o seu post porque analisa como o fenômeno de olhar para o passado deixou de ser uma atitude autêntica de valorização das raízes e da história para se tornar apenas mais um modismo, que cansa tanto quanto todos os outros (talvez até mais, por já estar pelo menos na sua “segunda vida” né?).
Já vi objetos com inspiração retrô em várias lojas grandes de departamento e, salvo as releituras que de fato acrescentam alguma coisa, no geral acho sempre um pastiche bem do chato e nada criativo ou autêntico (exatamente na contramão da sua proposta inicial).
E vocês, acham que a panela velha ainda faz comida boa?
hum....e como panela velha faz comida boa !! as melhores . Cultura de moda envolve o "vintage ", o 'second hand' e a ponta de estoque combinados com o atual, dando e permitindo a modernidade e a criação de um estilo próprio dentro do seu humor e seu desejo de sedução. Não acredito no "out" dos brechós e tampouco na explosão, mas sim , no como sempre de um mercado honesto que não possue grandes flutuações mas uma permanencia serena no consumo onde não há exaustão , pois a Moda é ciclica em sua inspiração . Digo como lojista VINTAGE há 20 anos ... e proprietario do Minha Avó Tinha.
Franz Ambrosio, primeiramente obrigada pelo comentário.
Segundo, em poucas palavras você descreveu muito bem o "vintage" e sua "vida" no mundo da moda.
Parabéns por manter o Minha Avó Tinha por tantos anos e o mesmo tem reconhecimento em todos os meios.
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